Breakaway Cap 14 - Jenny ~ Maratona

Kira olhou em volta. Ela puxou o capuz de sua capa mais para frente e abraçou os braços um pouco desconfortável.

– Tem certeza que é aqui? – Niall perguntou desconfiado.

Um barulho alto vinha de dentro o cabaré , junto com gritos de um monte de gente bêbada. Niall fungou de leve e o cheiro de álcool invadiu suas narinas, fazendo o garoto espirrar três vezes seguidas.

Uma plaquinha feita de madeira estava pendurada na porta velha. Nela, escrito em letras pretas, havia o nome do cabaré . Janqz.

– Ai que cheiro horrível. – Niall disse – Meu Deus, Kira... Ela está aqui?

– Quase certeza. Vem!

Kira abraçou mais ainda seus braços e começou a andar até a porta do cabaré . Niall foi andando bem ao lado dela, tentando não mostrar que estava com um pouco de medo de entrar em um lugar como este.

A garota empurrou a porta dupla e no mesmo tempo um cheiro de suor subiu para suas narinas. As pessoas riam, cantavam, dançavam e bebiam, tudo ao mesmo tempo. E o cabaré ulho alto da música ao vivo deixava tudo ainda mais desagradável.

– Como vamos acha-la no meio de tudo isso? – Niall ficou olhando em volta.

– Procure por uma tal de Jenny... Tenho certeza que ela é uma prostituta, então procure uma Jenny que esteja usando pouca roupa. – Kira respondeu procurando por mulheres desarrumadas.

– Hã.. Poderíamos perguntar no balcão se conhecem alguma Jenny... – Niall sugeriu – E vamos rápido! Eu não gosto desse lugar!

Os dois amigos andaram até o balcão cheio de gente sentada. Kira apertou mais ainda o capa contra seu corpo quando se posicionou ao lado de um monte de caras bêbados.

– Eai, gracinha? – um homem do seu lado disse.

– Idiota. – a garota ignorou e chegou mais próxima do amigo – Com licença? – ela chamou o barman.

– Sim? – outro bêbado, pensou Kira.

– Estamos procurando por... hm... Jenny... Ela é uma... Bem... Jenny. – Niall disse um pouco embaraçado.

O barman abriu um sorriso malicioso e pegou algo do bolso do seu colete machado. Uma chave. Ele olhou bem para ela e disse com um tom brincalhão.

– Não vemos muitos rapazes jovens as procurando por aqui... Sorte sua que acabou de sair um cliente – o loiro franziu a sobrancelha – Ela vai te aguardar, no quarto 12 lá em cima... Ela cobre lá mesmo... Se você for bom, vai poupar uma grana... Agora se for ruim... Hehe – então, o barman entregou a chave para o irlandês, que continha uma cara assustada. – Quem é essa? Diversão extra? – olhou para Kira.

– Não! Ela é minha...

– Colega de trabalho! – Kira interrompeu o amigo – Ele veio para ver a... Jenny e eu para... Para dançar um... Dançar um pouco... – ela disse tentando parecer confiante.

– Dançar aqui, toda coberta desse jeito? Acho que veio ao lugar errado... – disse o barman.

– É que estava frio lá fora... – ela disse tirando a capa... Não queria ter feito isso – Hm... obrigada pela ajuda! – dito isso, Kira pegou no casaco do loiro e puxou ele para longe do bar.

– O que foi isso? – Niall perguntou confuso.

– Isso foi um plano de última hora. Seguinte, eu vou ficar aqui em baixo e você vai subir e falar com a Jenny!

– O quê? Mais eu... Ela é uma prostituta, Kira!! Sabe o que ela vai querer fazer comigo lá em cima? – ele perguntou desesperado – Desculpe, mas não vou perder minha virgindade desse jeito. EU NÃO SOU ASSIM.

– Niall... Você não precisa fazer... Coisas... Com ela, ok? Você sobe e faz perguntas! Ela é uma prostituta de cabaré! Deve estar chapadinha!

– Não! Eu não vou fazer isso!

– Por favoooor, Niall!! Por miiiiiim! – Kira fez aquela carinha do gato de botas – Vaaaaaaai. Precisamos saber mais sobre esse roubo.

– Argh. Tá legal! – a garota deu pulinhos alegres – Mas se ela arrancar minhas roupas, eu desço na hora.

– Ok! – Kira olhou paras os lados e tirou algumas notas de dinheiro de dentro da manga (que era comprida) de seu vestido – Toma. Isso deve ser o suficiente. Agora vai!! – ela apontou para a escada.

Niall suspirou derrotado e virou-se para a escada quase destruída. Ele olhou uma última vez para a amiga e foi em direção ao andar de cima. A cada degrau que pisava um rangido vinha da madeira a baixo dos seus pés. Tinham pessoas se agarrando nas escadas e Niall se sentiu enojado. Que tipo de pessoa repugnante fazia isso em público assim? Sem mais nem menos.

Nialler chegou ao andar de cima, finalmente. Por onde suas botas pisavam ele tinha a impressão de que poderia cair a qualquer momento.

– Eu não acredito que estou fazendo isso...

Haviam várias portas numeradas pelo corredor e delas saíam barulhos estranhos que deixavam Niall enojado.

– 12... – ele parou em frente à porta do quarto 12.

O loiro pegou a chave tremendo e colocou-a na fechadura. Ele rezou umas 300 vezes e girou o pequeno objeto metálico. Um “click” foi escutado, mostrando que a porta tinha sido destrancada.

Niall empurrou a porta e viu nada mais do que escuridão.

– Hm... Olá? – o garoto entrou, tremendo feito um chihuahua – Alguém? – ele apalpou a parede atrás de um interruptor.

– Não tem luzes, querido. – uma voz fina e aveludada soou pelo quarto. Niall ficou rígido – Torna tudo mais fácil... – a mulher riu.

– Er... Mas assim eu não posso te ver e... Hã... Não me sinto muito a vontade com isso... – o irlandês tentou olhar no meio de toda aquela escuridão, para ver se achava alguém – Eu não enxergo nada.

– Haha, não precisa... Eu sei muito bem o caminho da cama! – a voz ficou mais próxima e Niall sentiu mãos tocarem seu abdômen.

– AI DEUS! – ele deu um pulo para o lado e foi para outro canto do quarto – Hm... Poderíamos conversar antes... Tem uma vela por aqui?

– Só as aromáticas... Por que está fugindo de mim?

– Como consegue me ver?

– Prática no escuro... Você se acostuma. – e mais um risada.

– Er... Jenny não? Nós podíamos conversar – Niall ficou andando para trás – falar um pouco sobre coisas, o que acha?

– Eu não trabalho para conversar! – duas mãos foram para o peito de Horan e o empurrou com força, fazendo com que ele caísse em um colchão.

– Meu Deus, como essa cama veio para aqui?

– Mas então, querido... Vai querer o quê? Rápido, devagar... Eu tenho bastante tempo. – Niall sentiu um peso a mais sobre a cama e entrou em desespero.

– Será que dá pra esperar um pouco?

– Esperar? – a voz de Jenny demonstrou dúvida – Ahhh estou entendo... Você tem uma voz jovem, peitoral duro...É a primeira vez certo?

– O quê?

– Liga não, querido... Já fiz isso várias vezes, não vai se arrepender – Jenny estava se aproximando, Horan sentia isso. Seu desespero aumentava a cada segundo – Está pronto? – e de novo as duas mãos, mas agora, elas tentavam tirar o casaco do loiro.

– MEU DEUS! NÃO ME TOCA! – Niall rolou na cama e saiu de perto da mulher.

– Meu Deus! Qual o seu problema?

– Eu sou amigo de Carlos! – o irlandês soltou de uma vez – Eu era... amigo de Carlos.

O quarto ficou em silêncio. Parecia que Jenny ficara sem reação alguma ao ouvir o nome do amante.

Niall ouviu alguns passos pesados e em segundos o quarto foi iluminado. À sua frente pode ser vista uma mulher que aparentava ter 30 anos. Cabelos ruivos e tão longos quanto os como o de Kira. Olhos azuis escuros e uma pele tão clara como neve. Apesar de ser uma mulher muito bonita, usava uma maquiagem – sim, também existia maquiagem naquela época – totalmente carregada e, nessa altura, borrada. Seu vestido estava mais para uma camisola vermelha, sem a parte que cobre seus joelhos.

– Amigo de Carlos? – ela perguntou seca.

– Sim. – disse Niall, mais calmo – Éramos grandes...amigos. – mentiu.

– E o que quer comigo?

– Eu queria fazer algumas perguntas...

– Perguntas? Para quê? Por acaso é da polícia? Eu não sei quem matou ele! Também gostaria muito de descobrir.

– Hã... Mais ou menos... Eu... – Nialler se aproximou um pouco – Eu gostaria de saber se Carlos estava com algum comportamento estranho, na última vez que se viram. – Jenny encarou o garoto de uma maneira estranha, como se não soubesse se confiava nele ou não.

– Sim... Ele estava com um comportamento estranho... Nada de mais.

– E a senhorita sabe o motivo desse comportamento? – Niall deu mais um passo para frente – De ele estar estranho?

– Não. – ela disse rapidamente – Não sei!

– A senhorita tem certeza?

– Sim! Tenho! – disse rude – Por que quer tanto saber?

– Ele te contou alguma coisa sobre um roubo? Ameaças? – os olhos da garota se abriram e ela pareceu muito surpresa.

– Como sabe sobre isso?

– Então ele contou.

– Não... Quer dizer... Eu... – Jenny olhou para os lados, nervosa.

– Não precisa ficar assim, eu sei de tudo. – Niall tentou acalma-la – Eu só preciso que me conte... Que confie em mim.

Jenny enrugou a testa e olhou fundo nos olhos de Niall.

– Por que confiaria em você? – ela perguntou, cautelosa.

– Porque eu posso te ajudar.