5/25/2014

Breakaway Cap 37- Mentiroso ~maratona





A porta de ferro se abriu em um rangido desagradável. Kira abriu se incomodou com a luz que entrou pelo outro lado e demorou um pouco para perceber um homem entrando e indo em direção a Niall.
– Ei! Ei! – Niall tentou se afastar – O que querem?
– Fica quieto, moleque! – disse o homem, rabugento.
– Não toca nele! – Kira gritou tentando chegar ao seu amigo, mas a corrente puxou-a de volta, lembrando-se de seu pulso quebrado – AI! Droga! – resmungou, segurando o membro machucado.
– Saí, seu idiota! – Niall tentou chuta-lo, mas o homem conseguiu se esquivar.
Cansado, o homem olhou entediado para Niall e segurou em seus cabelos loiros, levando a cabeça do garoto para trás, batendo na parede. Horan sentiu uma tontura desagradável e sua visão ficou preta. Tinha desmaiado.
– NIALL! – Kira soltou um berro – DEIXE ELE EM PAZ! – falava enquanto o homem tirava o irlandês das correntes e levava-o para fora da cela.
A porta se fechou e sala voltou a sua escuridão habitual. Kira se sentiu pior sabendo que estava sozinha ali. Ela passou as mãos pelo braço. A corrente apertava o pulso machucado e aquilo estava piorando cada vez mais a dor.
– ME TIREM DAQUI! – berrou – SOCORRO!
Desesperada e irritada, ela passou a mão boa pelos cabelos. Tinha vontade de arranca-los de raiva. Mas foi passando os dedos pelo coro cabeludo que ela sentiu uma coisa fria enrolada em alguns fios. Ela parou na estranha coisa e puxou-a para baixo, tendo em mãos um grampo simples de prender a franja.
Kira abriu um sorriso tão largo que quase rasgou a boca. Ela levantou a mão machucada com cuidado e com a pouca claridade conseguiu encaixar as pontas do grampo na fechadura. Mexeu, mexeu, mexeu, até que um “tlec” foi escutado e a corrente caiu de sua mão, deixando seu pulso latejante respirar por um tempo.
A garota se colocou de pé e andou tremula até a porta. Com sua mão boa, ela passou o braço pela janelinha da porta, tateando o ferro até achar uma espécie de tranca. Ela procurou o pino e quando achou, empurrou-o para a esquerda, abrindo a porta.
Mais confiante, Kira saiu de dentro daquela sala e foi e direção a uma escada suja de madeira. Encravada em um dos degraus, havia uma faca simples. A garota pegou-a por precaução e logo depois saiu daquele porão imundo.
...
Quando os cavalos pararam de correr, uma chuva fina caía do céu rodeado de nuvens escuras. Louis e Harry desceram do cavalo, assim como Liam e Zayn. Eles andaram pela terra úmida até vários arbustos, que ficavam de frente para uma casa ampla e sofisticada.
– É aqui? – perguntou Harry.
– Deve ser – respondeu Louis – a estrada acaba aqui. Mais pra frente é só mato.
A casa era grande. Muito grande. Será que Kira e Niall estariam lá dentro?
– Tem pessoas vigiando a porta... – comentou Liam – Estão armados.
– Nós também! – falou Zayn.
– Mas não é o suficiente. Somos quatro e temos só duas armas, além do mais, não sabemos nem atirar!
– Eu tenho um plano. – falou Louis – Provavelmente Jack vá contar tudo para o William e negociar a própria filha. Mas eles sabem que nós sabemos. E sabem que contaríamos tudo para a polícia e para William... Por isso a casa deve estar completamente protegida.
– Tá... E o plano seria...?
– Vou me entregar!
– O QUÊ? – Harry deu um grito misturado com soluço. Os homens sentados na escada que levava a porta levantaram assustados.
– Você está louco???????? – Zayn segurou o amigo pelo ombro – Quer morrer???
– Eu sei o que estou fazendo! – ele olhou para os amigos – Assim que me pegarem, todos acharam que ninguém mais vai vir! Os guardas vão abaixar a guarda e vocês entram e salvam os dois!
– Isso é ridículo, Louis!
– Não é ridículo! Eu sei o que estou fazendo!
– Quem está aí? – uma voz veio do outro lado dos arbustos.
– Se escondam, ok? – ele jogou a arma para Harry.
– Não se atre...
Louis não deixou Liam terminar de falar, ele se levantou, pulou o arbusto e saiu correndo na direção da porta pela segunda vez naquele dia. O guarda soltou um berro e um tiro foi solto, caindo bem perto dos pés do rapaz, fazendo-o levar um susto e sair rolando pelo chão.
O homem que tinha atirado pegou Louis pelo braço e logo outro veio fazer a mesma coisa com o outro.
– Me soltem!
– Moleque desgraçado.
Os dois arrastaram Louis a força até dentro da casa. Se ela era bonita de fora, o lado de dentro era o paraíso. O chão era forrado por um carpete vermelho vivo, a mesma cor que se encontrava as paredes, no entanto, tinham detalhes dourados. Se Louis não estivesse tão distante de si, poderia jurar que era ouro.
– Chefe. Olha quem estava lá fora.
Louis foi jogado no chão com força. Seus joelhos atingiram o chão e mãos agarraram seus cabelos, fazendo-o olhar para cima, onde um par de olhos verdes o encarava.
– Philip. – ele rosnou.
– Louis... Como é bom te ver, meu velho amigo! Como está?
– Vai pro inferno! – Louis respondeu, se levantando e, logo em seguida, cuspiu no tapete.
– Como as pessoas gostam de me mandar pro inferno... Nossa! – Philip riu pelo nariz – Se eu não me engano, sua vadiazinha disse a mesma coisa pra mim. – Louis sentiu o rosto esquentar e seus punhos se fecharam, prontos pra virarem no rosto perfeito de Philip.
– Eu não faria isso se fosse você. – uma voz veio de trás de Philip – Esse rapaz ia te dar uma surra, filho. Tenha um pouco mais de cuidado e da próxima vez que trazer um prisioneiro pra dentro de casa, algeme-o! – disse Jack, jogando uma corda na mão de um dos seus capangas. Eles pegaram as mãos de Louis e as “algemaram” nas costas – E não esqueça de mandarem olhar a casa toda, porque os “heróis” nunca aparecem sozinhos! – ele apontou para porta, onde vários brutamontes traziam Liam, Harry e Zayn pelo colarinho.
– Droga. – murmurou Louis.
– M-me desculpe, pai... Eu... – Jack levantou a mão para que o filho ficasse quieto.
– Muito bem. Louis... Já ouvi falar muito de você, sabia rapaz?
– Ouvi falar de você também. – Tomlinson serrou os olhos, tentando não parecer apavorado – Onde está Kira? E Niall? É bom não ter feito nada com nenhum dos dois... – Jack gargalhou. Qual era a graça?
– Creio que tenha chegado muito tarde, meu caro! Aqueles dois já estavam me dando nos nervos... Meu plano era muito mais simples antes de vocês me aparecerem. Aí eu tive que mudar simplesmente tudo! E aqui estamos.
– O que fez com eles?
– O loiro irlandês está bem... Agora, a garota, Kira... Não posso dizer o mesmo. – Louis deu um passo a frente, sendo segurado pelos homens atrás de si. – Ela berrava. Gritava. Chorava, E ninguém podia ajuda-la. Assumo que fiquei com um pouco de dó.
– O QUE VOCÊ FEZ COM ELA? – Liam berrou, tentando se soltar dos braços que lhe seguravam.
– Quer os detalhes ou quer que eu vá ao ponto direto? – Jack riu, sentando-se no sofá em frente a todos. – Como disse, essa garota estragou meus planos. Então eu...
– Diga logo! – Harry falou.
– Ela está morta! – Jack falou olhando para o garoto – Satisfeitos?
Philip franziu o cenho, mas ninguém pareceu reparar. Todos estavam em choque, sem reação, sem palavras a dizer. Parecia que a cena tinha congelado.
– Está mentindo. – disse Louis, seu coração batia tão rápido que chegava a doer.
– E por que eu mentiria? Qual é? Já somos íntimos o suficiente! Vocês já sabem de tudo, por que eu esconderia mais alguma coisa.
– Você está mentindo! – Tomlinson tentou se soltar mais uma vez.
– Não estou mentindo, rapaz! – Jack cruzou as pernas, levando seu tronco pra frente e encarando Louis nos olhos – Ela gritou por você. As lágrimas caindo pelas bochechas e você não estava lá. Você não apareceu. O último suspiro dela foi seu nome. Mas, como disse, você não veio. Você deixou-a morrer.
– É MENTIRA!
Louis ouviu o próprio coração. Ouvia as batidas como se caixas de som as transmitissem perto de seu ouvido. Jack, a sua frente, estava ficando borrado, lágrimas se acumulavam em seus olhos; raiva percorria por suas veias e um vazio tomou conta de seu estômago. Sentia que iria vomitar se não falasse algo.
– É mentira. É mentira. É mentira. VOCÊ É UM MENTIROSO!
– Eu não tenho motivos para mentir, Louis.
– Ela não... Ela não pode... Não pode estar... Morta. – dizer aquelas palavras era algo totalmente surreal, impossíveis de acreditar.
– Mas acredite, meu caro. Não há nada que possa fazer.
– Louis! Não acredite nele! É mentira! – Zayn não tinha certeza absoluta de suas palavras.
– Bem – Jack se levantou – Se não se importam, tenho mais alguns assassinatos para planejar. Então vocês têm duas opções! Ou vão embora e não contem pra ninguém sobre isso, ou morrem aqui mesmo!
– E o que te faz pensar que não contaremos pra ninguém? – perguntou Liam. Seus olhos estavam vermelhos.
– Porque, se não, o amigo loirinho de vocês morre! – Jack estralou o dedo e outro brutamontes apareceu arrastando Niall pelas mãos. O irlandês estava desacordado.
Os quatro prenderam a respiração e encararam o amigo caído. Sua blusa estava machada de sangue e os cabelos molhados de suor.
– Eu achei que ele ficou uma gracinha assim! – Jack sorriu – Vocês ouviram as condições! – ele tirou uma faca no bolso – Caso contem isso pra alguém, ele morre!
– Vocês sabem que nós já contamos. Por que querem que prometemos isso?
– Por que nosso plano não envolve policias invadindo nossa casa, Tomlinson... – falou Philip, lembrando a todos de sua presença.
– Ah... Vejo que alguém muda completamente sem a presença do papai, não? Cadê o machão agora?
– Cala a boca, seu idiota! – Philip parecia realmente com raiva. Ele estava se controlando para não espancar o garoto a sua frente – E não esquenta, eu dei um beijo na Kira por você antes de ela... Morrer. Amor... Uma coisa tão inútil.
As veias de Louis saltaram do pescoço. Ele encarava Philip com tanto ódio que se pensamento matasse, aquele rapaz de cabelos loiros já estaria morto.
– Você nunca será melhor que eu, Philip. Nunca será melhor que seu pai. Nunca será melhor que ninguém! Você é só um idiota! Um cachorrinho que segue o dono sem desobedecer! Você é apenas uma marionete idiota! Amor é inútil pra você porque é uma coisa que NUNCA teve. Nem de seu próprio pai.
Philip pareceu surpreso com as palavras rígidas.
– Chega! – falou Jack – Já percebi que você não desiste, Tomlinson. É uma pena... Eu te dei uma chance rapaz e você a desperdiçou! Pior pra você! – ele brincou com a faca nas mãos – Segurem-no!
– NÃO! – Harry gritou e tentou se soltar, assim como Zayn e Liam. – LOUIS!
– NÃO ENCOSTE NELE! – Berrou Liam.
– Fiquem quietos!
O Lockwood mais velho chegou perto de Louis e sorriu maliciosamente, segurando a faca firme nas mãos. Ele olhou fundo nos olhos da vítima e passou a faca pelo abdômen de Louis, que sentiu o suor escorrer pela testa.
– Coração... Pulmão... Em que lugar eu faço você sofrer?
Nada respondeu. Jack deu de ombros e levantou a faca, abaixando-a com força em direção ao coração de Louis. Liam fechou os olhos. Harry já havia virado há um tempo e Zayn encarava a cena como se estivesse paralisado.
Um barulho agudo foi escutado e um grito alto invadiu os ouvidos das pessoas ali presentes. Sangue pingou pelo carpete, sendo praticamente camuflado.






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